quinta-feira, 25 de maio de 2023

Pra ser sincera, eu sempre soube o risco que eu corria de sair com o coração partido, mais uma vez. Sabia que a dor oca bem aqui no meio do peito poderia voltar, talvez ainda mais forte. Não por esse amor ser maior ou mais intenso, mas por me sentir, de novo, uma perdedora, alguém de quem todos, eventualmente, vão querer se afastar.

Eu vivo catando migalhas e cacos que ele jogou no caminho, esperando que assim ele olhasse pra mim, esperando que assim ele sentisse a minha dor, que, so assim, ele me amasse da mesma forma que eu amei. No fim, ele está certo, se escolher é sempre o mais sensato, não é?

Nao é?

Eu escolhi ele todas as vezes, quem sabe eu teria escolhido de novo, se ele não tivesse deliberadamente percebido o quanto a minha presença na vida dele não era mais bem-vinda, não era mais esperada e, o mais doloroso de tudo, não era mais amada.

E eu fico pensando, quanto tempo dessa vez? Quanto tempo pra eu me levantar, me sentir bem novamente, bonita novamente, pra dormir por mim sem remédios,  sem me sentir só e vazia. Esses muros que eu criei ao meu redor nesses últimos 9 meses me fizeram sentir cada dia mais um bicho, que desaprendeu como ser alguém normal numa relação,  minhas conexões são fracas, liquidas, quebráveis. 

Acho que, no fim, esses três homens que me partiram em milhões de pedaços me ensinaram que nada nesse mundo é mais importante do que eu, ninguém vai me dar a felicidade plena que só eu posso me proporcionar.

E é isso, eu sempre achei que eu que iria desistir primeiro, mas, como sempre, foi o outro lado. 

terça-feira, 31 de janeiro de 2023

Me sinto tão só. Uma solidão que não é nova, mas aperta os meus ossos e me deixa fraca. Vejo o infinito a minha frente e sinto mais medo do que curiosidade. Medo do que vou fazer, onde estarei, com quem e como.
Todos os que eu amo estão longe ou indo embora aos poucos e eu estou presa dentro da pior pessoa possível, eu mesma. Todos os dias me olho e não enxergo o que eu gostaria de ser, e sinto que já perdi tanto, tanto de mim, de quem eu eu sou e me ponho em dúvidas a todo momento.

Afinal, se eu não consigo ficar comigo mesma, quem ficaria? Repúdio a ideia de conhecer pessoas novas, de me abrir de novo, explicar todos os meus traumas, minhas faltas e minhas tristezas. Estou no meio de várias pessoas, de amigos, de família mas sinto a todo tempo um vazio tão grande que me completa e me tira o ar. É  uma sensação tão ruim que nunca consigo explicar, por mais que na minha cabeça eu saiba exatamente como é.

Escrever não é mais tão suficiente,  conversar não ajuda, dormir se tornou dádiva. Talvez eu não tenha sido feita pra viver o infinito.

sábado, 21 de janeiro de 2023

21 de Janeiro

Tudo me deixa triste, tudo lembra do oco que se criou há anos no meu estômago e que toda vez que eu penso no quanto já perdi, ele aperta. 
De repente parece que eu desenvolvi um talento muito bom em me por pra baixo e me sentir abandonada sempre. Como se apenas alguns anos fossem necessários para todo mundo ver o quão difícil é estar comigo. Eu convivo comigo mesma há 27 anos e tem dias que é simplesmente insuportável ouvir a voz na minha cabeça, conviver com as lembranças, as mágoas e os traumas. Tem dias que eu só queria tirar férias de ser quem eu sou e como eu sou. 
E cada dia que passa fica pior…

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

memórias póstumas

Decidi escrever não sobre você, mas sobre mim e a parte de mim que vai ficar nessas 4 paredes desse quarto quente por muito tempo. Nunca pude evitar viver assim, sentir assim e amar com cada força do meu corpo. Sinto que não escrevi textos sobre você o suficiente, mas também sinto que houve uma lacuna enorme entre o amor que você me deu e o que talvez eu esperava.

É perigoso dizer "O amor que eu merecia" já que como aquele filme dizia: a gente aceita o amor que acreditamos merecer. E eu sempre aceitei o seu, até hoje. Talvez a gente pudesse ter se amado melhor.

Igualmente eu, eu poderia ter te amado diferente, te amado com os pés na realidade, sabendo e reconhecendo quem você era. Sem sonhar sempre que podia com músicas sobre relações românticas e filmes que idealizavam um amor perfeito.

Mas agora, mais uma vez, eu estou indo embora de alguém. E apesar de tudo,
de todas as sujeiras e a iminente necessidade de ir embora, eu sei que vou sentir sua falta a cada dia
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até que um dia não sinta mais.
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Até o dia que não vou lembrar dos motivos para ficar, do som da tua voz cantando, do teu calor e como quando você gargalhava de mim, tudo em mim acendia. Eu queria ter mais 1000 anos para lembrar da sensação de ser abraçada por você no meio da noite ou quando você se distraia e eu te olhava por segundos incontáveis pensando que, afinal, você era meu, e era lindo.

Queria que o tempo não agisse como ferrugem, corroendo a força as lembranças de você tocando pra mim a meia luz da luminária. Ali o tempo parava e eu fingia só existirmos nos, ali, pra sempre, ou pelo ao menos aquela noite.

Queria que o espaço não fosse como cupim, roendo todo sentimento que construi, mantive e cuidei como a um filho. O mesmo sentimento que agora me deixa no chão, mas não derrotada.

Queira que esses ultimos seis meses não tivesse criado um oceano entre nós, um oceano que não só nos separa, como nos dá munição para nos machucarmos constantemente e das formas mais cruéis que conseguimos encontrar. As palavras se tornam punhais e de repente estamos vivendo num campo de guerra, onde não há vencedores. Só há nos dois, expostos como fios desemcapados, incapazes de dar certo e ao mesmo tempo segurando isso como uma crianca segura um brinquedo velho. Seguimos agindo como inimigos, como opostos, numa competição sádica que não parece acabar nunca.

Querer não é suficiente, nunca foi, agora eu tenho a certeza. Eu quis mudar por você, por nós,
mais isso nunca vai ser o suficiente. Eu sou quem eu sou, com todos os traumas e defeitos que um dia fizeram você me amar, e hoje não mais.

Há tempos que eu não escrevia, e não conseguia entender o porquê, hoje eu vejo. Puxamos tanto a corda que ela arrebentou. Escrevemos tanto na mesma folha e com tanto força, que ela simplesmente rasgou, você me apagou. Queria poder colar tudo, imendar a corda, consertar nós, mas isso não existe. Eu de todos esses anos não existe mais.

Queria que as palavras que ecoasem na minha mente nao fosse as de quando você me xingava, quando eu olhava a decepção na sua cara. A pergunta que me assombra é se eu te empurrei para o seu limite e se, afinal, a culpa disso tudo não seria minha. Do que eu não pude ser, do que não pude mudar. E tudo só foi ficando mais frio e frio.

Me perdoe por ter te feito tão infeliz tantas vezes, por nunca ir embora de vez, por deixar rastros, por querer desesperadamente ser lembrada, nem que seja por ódio. Detesto pensar que a tua mente já esquecida vai se esforçar pra lembrar o porquê de ter me aceitando tanto por tanto tempo. Me dói ser esquecida.

Esse espaço sempre será sobre você e para você, como memorias postumas de um amor. Alguém vai ler sobre nós, sobre você. Aqui dentro você sempre será o meu outono. 


Com amor, 

Nathalye. 


19 de Janeiro de 2022

Eu consigo sentir com cada parte do meu corpo que esse é o momento que é certo de ir embora. Tudo em mim grita, esperneia que eu não preciso disso, que eu não mereço um grande vazio. Eu não mereço ser desrespeitada, desgastada e humilhada.
Então acho que a atitude mais corajosa que eu preciso ter agora é dar as costas a tudo, não se quer olhar pra trás pra questionar como tudo vai ficar sem mim. 
Não vou poetizar, romantizar, vou ser direta. Eu já dei todas as chances que eu poderia dar para alguém mudar, para me fazer feliz e, acima de tudo, me merecer. 
São chances que nem amor, nem sexo, nem rotina, compensam. Nada nesse relacionamento vai me compensar agora. Nada vai tirar essa sensação de traída, de humilhada, de diminuída que eu sinto cada vez que você me desrespeita, e com a mesma boca diz que me ama.
A mesma pessoa que me jura amor, é a que mais me magoa, me machuca como se eu fosse feita de papel que pudesse ser constantemente amassada.
A gente não tem mais chance, e o que me alivia eh saber que eu tentei de tudo que estava ao meu alcance, eu tentei ser tudo. Não foi suficiente.
Eu não consigo sentir raiva, só consigo me sentir triste, mas tão triste que chega a ser quase uma dor física. Eu revivo cada momento, cada palavra, cada briga, cada vez que eu me desgastei pra conversar contigo, pra tu me ouvir, me atender, me ver e me sinto burra, sabe? Me sinto fraca.
Eu preciso por pra fora tudo, como se extrai veneno. Você dizia que eu era louca e talvez eu fosse por me permitir ficar nisso por tanto tempo com TANTOS sinais de que você nunca valorizou a mulher que estava do seu lado. Com tantas provas de que você não me respeitava. Eu fui um apoio, fui uma amiga, fui um escape pra momentos difíceis, um sexo gostoso e um papo de fim de noite. Mas eu nunca fui sua companheira, tua parceira, porque eu nunca se quer tive teu respeito nesse namoro. 
E no fundo, tá tudo bem, eu não posso mais cobrar isso, eu só posso calmamente dizer que eu estou indo embora antes que tu me destrua e acabe com todo meu amor próprio e auto-respeito. Eu me sinto constantemente me mutilando quanto mais eu perdoo o que tu faz, me anulo, me abstenho pra ter mais tempo contigo, pra tentar de novo, pra te fazer sentir amado. 

A verdade é que sempre se tratou de você, eu fui pra tu, eu quis ser indispensável, eu quis ser importante, eu quis ser o teu Porto Seguro e fiz tudo pra realmente ser. É difícil tentar ser tanto pra alguém e se sentir constantemente falhando, como eu me sentia. Se me perguntar por que eu estou indo embora, a resposta eh simples: eu cansei. Eu não tenho mais forças. Eu não tenho mais condições emocionais de lidar com nada disso. 
Eu poderia pedir desculpas, como eu costumava fazer, mas agora você merece me ver saindo da sua vida, da mesma forma que eu entrei. Mas agora sabendo que eu não consigo mais amar alguém que me machuca tanto, que constantemente age de maneira egoista e eu sou o efeito colateral. Estou envergonhada, humilhada, mas eu não estou totalmente quebrada, não a ponto de não ter a consciência de onde não me cabe mais. Estou tirando de você o poder de me machucar novamente. 
Não sou eu a garota, e não vou mais tentar ser. Amei muito você, amei realmente com cada parte minha, cada dia que passei contigo, mas n posso mais amar quem me maltrata. 
Eu quero do fundo do meu coração, da forma mais sincera possível, que você seja muito feliz, muito. Eu não consigo te desejar nada de ruim. Quero que tu cresça, que apareça, que SEJA! eu vou ser de longe provavelmente a maior torcedora pro teu sucesso. É isso. Não quero uma réplica a nada disso, eu só preciso de paz. Sabe o que tu sempre me dizia? Que queria leveza paz? Pronto. Eu preciso de paz, eu preciso de reciprocidade, eu preciso de companheirismo e respeito. Então por isso isso não eh um texto retórico, não preciso de respostas, eu preciso só de mim.

6 de Outubro de 2021



É como estar vivendo um bom tempo só do básico, andando pelo caminho seguro,e, como esperado, previsível. Sem o som da banda, sem as palmas, sem o coração batendo no ritmo da música, sem emoção. Tê-lo na vida muda a perspectiva das coisas, traz excitação pra dias que nada de novo parece estar para acontecer. Foi e é ser feliz com o som da gargalhada que eu acredito ser a mais sincera e linda que eu já ouvi em toda minha vida.
Ter ele na minha vida é uma surpresa, que a essa altura eu nem esperava mais ter, e todos os dias ao lado dele é uma festa. Uma festa da qual eu nunca me canso, que alegra todo meu corpo e me põe pra dançar no ritmo mais envolvente que eu já ouvi.


Bruno é, com certeza, a melhor pessoa que cruzou a minha vida nos últimos anos.