terça-feira, 23 de julho de 2019

Julho

O cheiro de roupa limpa, o gosto do suor e a força do toque me fazem ter medo da velocidade do tempo, da efemeridade das lembranças. Tudo vem e vai tão rápido que não me dá tempo nem de sentir saudade, mas de você eu sempre consigo sentir um pouco todo tempo.

Naquele dia eu gravei cada parte tua, cada marca, cada sinal, cada toque. Te gravei na memória, como se ali fosse a última vez que você ia me olhar com desejo e encanto. Porque toda vez que eu finalmente cedo, quando admito pra mim que estou apaixonada, no outro dia nada, silêncio, nenhuma mensagem, nenhuma ligação.

Por isso senti sua mão pesada em mim como se fosse uma porta pra felicidade, demorei nos teus beijos, segurei bem forte o teu carinho, pra lembrar nos momentos que a insônia dormisse comigo e a vontade de correr pra longe me atingisse de novo.

A saudade que eu nunca diria sentir, a saudade que o orgulho e medo de ser demais me impede de te mostrar. A saudade que minha pele sente no exato instante que tua mão não me toca mais. E é por isso que eu te olho, sem que você se quer perceba, porque eu quero poder lembrar de cada detalhe quando você, antecipadamente, for embora da minha vida. Porque todos sempre vão.

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