quinta-feira, 25 de maio de 2023

Pra ser sincera, eu sempre soube o risco que eu corria de sair com o coração partido, mais uma vez. Sabia que a dor oca bem aqui no meio do peito poderia voltar, talvez ainda mais forte. Não por esse amor ser maior ou mais intenso, mas por me sentir, de novo, uma perdedora, alguém de quem todos, eventualmente, vão querer se afastar.

Eu vivo catando migalhas e cacos que ele jogou no caminho, esperando que assim ele olhasse pra mim, esperando que assim ele sentisse a minha dor, que, so assim, ele me amasse da mesma forma que eu amei. No fim, ele está certo, se escolher é sempre o mais sensato, não é?

Nao é?

Eu escolhi ele todas as vezes, quem sabe eu teria escolhido de novo, se ele não tivesse deliberadamente percebido o quanto a minha presença na vida dele não era mais bem-vinda, não era mais esperada e, o mais doloroso de tudo, não era mais amada.

E eu fico pensando, quanto tempo dessa vez? Quanto tempo pra eu me levantar, me sentir bem novamente, bonita novamente, pra dormir por mim sem remédios,  sem me sentir só e vazia. Esses muros que eu criei ao meu redor nesses últimos 9 meses me fizeram sentir cada dia mais um bicho, que desaprendeu como ser alguém normal numa relação,  minhas conexões são fracas, liquidas, quebráveis. 

Acho que, no fim, esses três homens que me partiram em milhões de pedaços me ensinaram que nada nesse mundo é mais importante do que eu, ninguém vai me dar a felicidade plena que só eu posso me proporcionar.

E é isso, eu sempre achei que eu que iria desistir primeiro, mas, como sempre, foi o outro lado.