sábado, 13 de março de 2021

 O que é estar só? O que é viver neutra, sem sentir demais, querer demais, doer demais?

O que é viver por mim sem esperar que o amor me alimente, me de água, autoestima e coragem pra enfrentar todos os dias, um por um? Como é estar com o coração limpo?

vinte e seis anos e me sinto uma adolescente que gira toda sua vida em torno de um ponto, sem mudar de perspectiva e, de certa forma, sem sair do lugar. Nao sei como é estar completamente limpa, não sei como é acordar sem ter em quem pensar e dormir sem ter em que agarrar a minha mente. Vivo numa constante de pendencia de ter e ser de alguém, e quando sinto que não sou, entro num estado autodestrutivo que duvido de tudo que fiz ou já pensei em fazer. Duvido de mim mesma e do que eu sou, e no fundo, tudo isso é construção minha. Quando me tornei tão tóxica? será que um dia eu não fui? visto um casaco de "maturidade emocional" que não me acompanha nas relações nas quais eu entro, uma atrás da outra sem me permitir respirar e perdendo sempre um pouco mais de mim em cada uma delas. Me sinto num labirinto que todos gritam pra mim a saída mas eu insisto em ir para o lado oposto. 

Meu querer deixa de ser meu, o que eu sou e o que eu espero se torna secundário pra manter um amor na minha vida que, de um jeito ou de outro, eu sei que não cabe mais. Eu não caibo, eu me aperto, eu me espremo, eu me quebro inteira e isso parece constante. Nunca respirando, nunca parando. Talvez eu ame mais todos os amores que ja passaram por mim do que a mim mesma, e talvez por isso, eu continue aceitando tudo, inclusive quem não mereço. 

quarta-feira, 3 de março de 2021

Não sei bem qual dia

Eu não sou isso aqui. Eu não sou esse amontoado em cima da cama dopada de remédios pra dormir sem sentir absolutamente mais nada que tristeza. 
Eu não sou isso, onde eu me perdi nesse meio do caminho? Será que eu me deixei lá? 
Acordo os dias pensando "só mais um dia mais perto disso tudo passar, só mais um dia", mas tenho a sensação de que a cada dia apenas piora. 
Ando desnorteada, buscando escapes, saídas, fugas que me tire um pouco desse labirinto que entrei e não consigo de jeito nenhum achar a saída. 
Uso as noites pra chorar e graças a Deus agora tenho um quarto só meu, porque eu nunca gostaria que me vissem assim. Durante todo o dia eu rio, brinco, ajo como se fosse uma rocha sob tudo isso. Mas a noite, como agora, sinto a maior solidão do mundo e tenho medo de ficar sozinha. Me sinto menos eu, pequena, insuficiente e indispensável. 
Quando tudo se complicou assim aqui dentro? Quando tudo decidiu, de uma vez só, desandar em cima dos meus ombros? Eu a nasci naturalmente uma desistente. Sou péssimas em brigas, lutas. Sou pessima sendo segunda opção. 

Perdi até a capacidade de escrever um texto coerente, só queria que esse remédio fizesse efeito para eu finalmente parar de pensar com quem ele pode estar agora, se não comigo. Porque eu sempre soube, no fim, ninguém nunca fica.