domingo, 28 de fevereiro de 2021
partilhar 2019
Gosto de como ele me abraça por trás quando acorda, me enche de beijo e eu sinto o calor do seu corpo todo. Fico presa nesse momento, sem lembrar que há mundo fora daquela cama. Gosto quando ele me pega pela cintura e me beija como se quisesse puxar de mim tudo de bom que eu tenho a oferecer, me mostrando que o amor pode ser bem mais do que eu imaginava.
Gosto da silhueta do seu rosto, como tudo se encaixa e se harmoniza formando a pessoa mais linda que eu já vi. O nariz que se arrebita no fim e que eu não canso de dizer o quanto eu acho perfeito. Gosto do sorriso que parece mudar o seu rosto, iluminando, abrindo tudo, me mostrando uma outra parte tua. Te ver sorrindo é uma parte da felicidade.
Quero sentir uma forma de amor diferente do que eu já conheci. viver um sentimento que me permita viver além dele, construir caminhos diferentes, mas que possam ser compartilhados.
Dezembro 2020
sábado, 27 de fevereiro de 2021
27/02
Oi,
Será que podemos ter mais um dia? Mais um mês fingindo que as rachaduras não existem? Mais uma olhada sua que me faz sentir amada e desejada? Mais um lanche, mais um almoço, mais um jantar? Será que podemos deitar na cama por minutos intermináveis que eu coloco minha cabeça no espaço quente das suas costas e o mundo, finalmente, parece estar no mudo? Eu estaria completa e feliz, e assim poderíamos ir embora sem muitas mágoas.
Minha esperança sempre foi que juntando todos esses momentos, vivendo um dia de cada vez, se igualaria a um tempo de vida ao seu lado, e nunca chegaria a hora que você me magoaria ou que eu teria que ir embora. Mas isso não é real, não é? Não existe “mais um” depois que o ‘todo’ se quebra aos poucos até não sobrar –quase- mais nada.
A vida te empurrou no meu caminho e fez tudo parecer excitante, novo, com possibilidades de futuro infinitas. Vi em você como um respiro quando eu estava sufocando, e talvez jogar nas suas mãos a responsabilidade pela minha completude emocional foi o que me trouxe a este ponto. Mas acontece que as possibilidades de futuro ainda são infinitas, pra mim, pra você, mas não pra nós.
Algum lugar no tempo entre o antes e o agora, aqui e lá, estão os pedaços que fomos deixando no meio do caminho sem perceber. Estão todos lá quando eu olho pra trás procurando onde existiu a falha, onde tudo desandou, e então vejo que sempre houveram, minhas e suas. Engolidas à força, jogadas pro esquecimento com a desculpa de “só mais um dia”. Uma hora tudo volta.
Das brigas no meio da noite, dos meus choros intermináveis e quebrar pouco a pouco até que finalmente tudo que tínhamos ficar completamente estilhaçado, das vezes que você não me ouviu, não me viu, nem enxergou. De tanto gritar, espernear sempre as mesmas insatisfações invalidadas, amaciando a sensação de impotência, de inutilidade. Eu tentei tanto, juro, tentei até onde realmente não vi mais respostas, justificativas, argumentos, motivos. E ainda tentei depois disso, e não tenho arrependimentos. Todos os meus medos andavam colados comigo, minhas inseguranças, meu medo de terminar sozinha –por mais que eu grite por aí afora o quanto sou independente-, a sensação de não ser suficiente. Tudo que eu queria era ter sido única, que eu bastasse pra você, quis tanto quebrar as tuas barreiras, mostrar que isso poderia dar certo. Me sinto o tempo todo gastando todo meu potencial, pra no fim morrer na praia, como agora. Te trazer pra mim foi uma missão que eu me empenhei durante esses 2 anos, e me sinto uma desistente, uma perdedora e, mais uma vez, fraca.
Preciso me puxar do meio dessa bagunça que acabamos criando e que eu me sinto afundando, sufocando, me afogando, sem saber como me puxar pra cima de novo. E eu sou importante, eu mereço algo inteiro, ser amada intensamente e eu não quero esperar até você saber todas as coisas certas a fazer. Eu realmente me esforcei, eu tentei de tudo, tudo, te dei tudo que eu tinha e ainda assim não foi suficiente. Eu consigo sentir o abismo que há meses vem se criando aqui no nosso meio. Você viveu isso como se eu nunca fosse realmente embora, mas o que você faria se eu fosse? e se isso tudo está na minha cabeça, porque eu me sinto completamente despedaçada e vazia agora? Porque me sinto, de alguma forma, abandonada? Sinto que entrei num jogo sabendo que ia perder no final. Eu paguei pelos seus erros e medos do passado, paguei uma conta que nem ao menos era minha. Não tive nenhuma chance desde o início.
Eu assumo a culpa de ser intensa demais, cobrar demais, querer mais do que você poderia, no momento, me dar, e, por isso, eu tenho que ir, acho que você, no fundo, também sabe disso. O que você espera que eu faça? Espere até que você se sinta 100% comigo? Que você observe as sutilezas de uma relaçao e me dê o que eu realmente mereço? que você me veja? Me escute? Me entenda. Tanto faz agora.
De qualquer forma, e acima de tudo
Obrigada por tudo, por cada momento, cada risada, cada piada, cada fofoca, cada brincadeira só nossa, cada filme de ação que tu praticamente me forçava a assistir, por me ensinar um pouco de violão, de música, de jiu, de naruto. Cada beijo, cada abraço, cada eu te amo, cada elogio, cada INCRÍVEL sexo que tivemos, pela emoção, pela adrenalina, pela aventura, pelas pessoas que me fez conhecer, cada história que vivemos, cada música nossa, cada vez que você tocou e cantou pra mim, cada dia que foi um prazer te ouvir falar, cantar, cada dia que você me acolheu, me ajudou, fez com que eu me sentisse um pouco menos sozinha e louca. Obrigada por ter me amado, por ser um dos meus amores da vida, marcado e fixado um espaço no meu coração e na minha mente. Obrigada por ontem, por mês passado, ano passado e todos os dias que dividiu comigo. Sempre vou lembrar de você, da gente, disso. Te amo daqui até a lua, pra sempre. Boa vida e boas novas aventuras.
Nathalye.