E de um momento para o outro todos os objetos ao redor se ressignificam e lembram algum momento que só faz reforçar a ideia de que talvez nada tenha que acabar dessa forma.
De um dia pro outro até olhar fixamente pra uma parede descascada faz pensar no que foi perdido e no tempo investido e no que fazer daqui pra frente. O que se faz quando se tem o coração partido mais uma vez? Parece já de praxe superar alguém que decidiu ir, ou neste caso, decidiu não ficar.
A perspectiva do que poderíamos ter tido me machuca mais do que o esforço que eu estou constantemente fazendo para não pensar nos dias que passei nos seus braços. Projetar tudo que seriamos, mas de maneira unilateral me leva a vez ou outra segurar bem forte a vontade de chorar até faltar ar, porque, droga, eu achei que dessa vez iria. Mas eu sempre acho isso, não é verdade? no fim eu sempre acredito que "dessa vez é o certo" e nunca é.
Etão eu volto aos velhos padrões, tudo para ter uma falsa sensação de superação, tudo para me convencer que eu consigo viver muito bem sem me sentir amada, sem ter pra quem ir no fim da semana, no fim daquele dia cansativo. E eu me digo para ter paciência, digo que tudo ficará bem, mesmo que eu não faça ideia de para onde ir agora e muito menos depois, quem eu sou então? quem eu tenho que encontrar? e se não encontrar?
eu coleciono mais corações partidos do que pares de meia que somem no meio do meu guarda roupa constantemente bagunçado, eu coleciono histórias e em certo momento elas começam a ficar bagunçadas dentro de mim e eu não sei mais em qual focar, qual dor é a que realmente lateja, qual é real. Por quem eu sofro agora?